Após um magnifico jantar de despedida no Lourinhanense, que contou com a presença de todos os membros da equipa, equipa técnica, direcção, funcionários, e alguns adeptos mais próximos assim como alguns membros da claque, dirigi-me para casa, a fim de arrumar as malas (preguiçosamente deixadas para o fim).
Fui dormir eram duas e pouco da manhã, sabendo antemão que duas horas e meia depois teria que estar a pé, para ir para Lisboa e chegar ao Aeroporto pelas 6h da manhã. E foi efectivamente o que aconteceu.
Feito o Check-in por essa hora, estava na altura de ter um período de alguma descompressão junto dos familiares antes do embarque.
Período este que acabou por ser um pouco extenso. Juntando a enorme fila para a triagem no Raio-X e a "lendária" caminhada de 20 minutos para chegar às novas (e distantes) portas de embarque… Perdi o avião que levar-me-ia a Londres. Com o voo marcado para as 7h45, chegar à porta de embarque às 7h35 é nos dias de hoje um fatalidade.
Quase perdi a cabeça… contudo a ajuda dos familiares foi fundamental no desbloquear deste enorme imbróglio entretanto criado.
Consegui o voo de escala para Londres, umas horas mais tarde às 2h45. Deram-me também a informação de que o voo que faria a ligação entre Londres e Reykjavik tinha sido adiado das 13h (que já não o apanharia) para as 21h.
A espera seria assim menor (julgava eu) no Aeroporto de Heathrow em Londres antes de partir para a Islândia.
Há males que vêm por bem? Sim… foi o que pensei!!
Após mais um período passado com a família e namorada, voltamos ao Aeroporto para me… "redespedir". Foi engraçado voltar a fazer tudo o que já havia feito umas horas antes.
Finalmente estava a voar para Londres onde aterrei às 17h30. Londres visto de cima, é realmente incrível. Nunca tive o prazer de visitar a cidade, mas adorei vê-la nestas circunstâncias.
Já no Aeroporto de Heathrow nova caminhada para a zona denominada "connection center" a fim de fazer Check-in para me redireccionar para Reykjavik.
Quando finalmente chego ao balcão da Iceland Air para esse efeito, eis que me é dito tudo aquilo que eu não queria (nem podia) ouvir:
"Your Flight has been canceled"
Não sei o que pensei, mas de facto, após o incidente da manhã com a perda do avião, realmente só me faltava aquilo para ter a cerejinha em cima do bolo. Mantive a calma, ao mesmo tempo que recebia uma chamada da Islândia a alertar-me o porquê da situação:
As cinzas do Vulcão estavam de novo a afectar o espaço aéreo do país, devido à mudança dos ventos, e este facto levou ao encerramento do Aeroporto de Reykjavik.
Foi-me dada a informação que só teria voo para a Islandia da sexta-feira pela uma da tarde. Ou seja, teria de passar a tarde de quarta feira, a noite de quarta, todo o dia de quinta, a noite de quinta, e a manhã de sexta… no Aeroporto… Visto que por ser fenómeno natural, as empresas de voo, não assumem responsabilidades e não actuam no sentido de oferecer quer alojamento, quer alimentação aos passageiros lesados.
Muito azar para começo de aventura….
A noite foi terrível, dormir sentado em cadeiras de Aeroporto, ou momentaneamente no chão (!) tornou-se uma tarefa árdua, e se dormi 2 horas a espaços, julgo que tenha sido muito.
Só havia fast foods para comer, e sandes de tudo… o leite que comprei era absolutamente horrível, e vinha numa embalagem que mais parecia de óleo para o motor dos carros.
Na manhã seguinte, quinta-feira, esperei pela abertura do balcão da Iceland Air para tentar a minha sorte,e tentar antecipar o voo para esse dia. Em Lisboa, e na Islândia fazia-se pressão junto da companhia para que o meu nome fosse incluído nos voos desse dia, que já estavam cheios.
Conheci entretanto três Portugueses que me acompanharam nesta saga de "acampar" no Aeroporto. Um casal residente em Reykjavik e uma senhora que vinha visitar a filha, também residente na capital Islândesa. Consegui-me assim inteirar mais um pouco do estilo de vida na Islandia, e como tudo se processava. Fiquei animado. E convidado para almoçar feijoada com um grupo Português em Reykjavik ;)
Umas horas mais tarde, fui avisado pelo funcionário da Iceland Air,(com o qual tinha travado no dia anterior, acesa discussão em Inglês e que entretanto me abordou em Português já que era Brasileiro lol) que o meu nome estava confirmado para o voo das 21h desse dia. Foi um alivio.
Passadas mais umas horas intermináveis no Aeroporto, chegou a hora de finalmente embarcar para a Islândia. O avião atrasou um pouco mas pela uma da manhã local (menos 1 hora que Lisboa) estava a aterrar em Reykjavik.
O suplicio dos Aeroportos e voos cancelados e perdidos tinha chegado ao fim, e chegava assim à Islândia somente com um dia de atraso.
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